A memória digital e o estudo de idiomas

Uma grande parte da população do planeta carrega no bolso um supercomputador, que consegue responder qualquer pergunta, te levar para qualquer lugar, toca as suas músicas favoritas, gerenciar contas bancárias, trabalhar, gravar vídeos, tirar fotos, enfim, faz praticamente tudo. Este supercomputador, é óbvio, é o nosso aparelho celular.

É claro que um amigo tão poderoso não pode ser deixado de lado, e já existe até o nome para uma doença para identificar o vídeo pelo celular: a nomofobia.

No curso de inglês que eu trabalhei nos anos 80, a secretária sabia de cor o número de telefone de todos os professores e também de todos os alunos. Hoje em dia provavelmente ela não saberia nem o seu próprio número de telefone.

Uma consequência natural dos serviços digitais e nossa crescente dependência é o enfraquecimento da nossa memória. Estamos terceirizando praticamente tudo para os nossos celulares ou computadores.

E como isso se relaciona com o aprendizado de idiomas?

Também na área de idiomas temos visto avanços inacreditáveis. A tradução automática por meio da inteligência artificial já é uma realidade. O aplicativo Google Lens traduz para o idioma que você quiser o conteúdo textual de imagens. E não é só isso, os exemplos são inúmeros.

Entretanto, mesmo com todos os avanços que temos testemunhado, ainda é fundamental para o estabelecimento de relações saudáveis com pessoas de outro país, que nos tornemos fluentes em outros idiomas.

O computador ainda não consegue interpretar emoções, que são parte fundamental de qualquer interação humana.

E a nossa memória não funciona da mesma forma que um computador. Precisamos estudar, revisar e praticar, e o aprendizado de um idioma leva tempo, que varia de acordo com a dedicação do estudante.

Mediar uma conversa com um estrangeiro por meio de um computador já é possível, porém para interações mais longas, a fluência no idioma ainda tem o seu papel.

E um professor humano ainda é fundamental, pois o processo de aprendizado de um idioma estrangeiro vai muito além da memorização de palavras e estruturas gramaticais. Existe o fator humano, da forma como o nosso cérebro funciona e como aprendemos, e vários outros aspectos. Os computadores ainda não são capazes de desempenhar este papel.

Mas e o futuro? Aqui me recordo do filme Guia do Mochileiro das Galáxias em que ao inserir um pequeno peixe no ouvido a pessoa se tornava capaz de entender qualquer idioma.

Muito provavelmente, com o avanço da tecnologia, pode ser que no futuro não precisemos mais aprender idiomas estrangeiros, o computador fará a tradução automática e imediata de toda interação humana.

Mas isso, espero, ainda está longe, nesse meio tempo você ainda vai precisar de aprender inglês e possivelmente precisará também de um professor para te ajudar na jornada.

Muito sucesso para você! 😊

Referências

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *