Da série: “Por que não aprendo inglês?”

© Rubens Queiroz de Almeida

Quando tomamos a decisão de aprender inglês, o natural é procurar uma escola tradicional de idiomas.

Colocamos nosso destino nas mãos da escola, pois afinal de contas, elas são a autoridade máxima no assunto e sabem tudo sobre a melhor forma de ensinar inglês.

Será mesmo?

Se você levar em conta a taxa de desistência, em muitos casos superior a 90%, já dá para começar a desconfiar.

No ensino tradicional você vai à escola em média duas vezes por semana, duas ou três horas, e é isso. Poucas escolas enfatizam a importância do estudo diário e ainda menos escolas te apresentam alternativas para as diversas formas de estudo.

Stephen Krashen, que é considerado uma das maiores autoridades no campo do aprendizado de idiomas, desenvolveu uma teoria de aquisição de idiomas que propõe que a aprendizagem de uma língua se dá de forma mais eficaz através da exposição a mensagens compreensíveis e relevantes, em vez da memorização de regras gramaticais.

De forma geral, segundo Krashen, o estudo pode ser dividido em dois tipos: exposição intensiva (extensive input) e exposição extensiva (extensive input).

A exposição intensiva diz respeito às atividades que requerem uma participação ativa do estudante, tais como praticar a escrita e a fala.

Já a exposição extensiva diz respeito às atividades em que recebemos a informação de uma forma mais passiva, tais como ouvir o idioma e a leitura.

Nos meus próprios estudos, mesmo sem conhecer ainda a teoria de Stephen Krashen, eu dedicava 20% do meu tempo à exposição intensiva e 80% do tempo à exposição extensiva. Eu ainda não tinha acesso à imensidão de conteúdo que existe hoje para a prática da compreensão auditiva e, por essa razão, o meu foco principal era a leitura. Eu lia tudo que caia na minha mão e de tanto ler, até os meus sonhos eram em inglês.

Acreditamos, e isso é reforçado pelas escolas tradicionais, que realmente aprendemos inglês quando nos dedicamos de forma intensiva a alguma atividade. As escolas tradicionais focam bastante nas atividades de conversação e escrita, e não enfatizam a importância de investir o maior tempo possível na leitura e na compreensão de áudios em inglês.

Ao nos expormos ao idioma por meio da leitura e da compreensão do inglês falado, por meio de podcasts, vídeos, séries de TV, etc, estaremos adquirindo o idioma de uma forma natural, sem a necessidade de memorização de regras gramaticais ou vocabulário isolado.

O estudo focado apenas na memorização de regras gramaticais e vocabulário é extremamente cansativo e desmotivante, e muito frequentemente é a causa da desistência de muitos estudantes. Além do mais, além da desistência em si, muitas vezes os alunos entendem, erradamente, que o problema está com eles, que não conseguem aprender, que são incapazes, e por aí vai.

Nada disso, o problema está no enfoque errado. Aprender um idioma estrangeiro, antes de qualquer coisa, deve ser algo prazeroso e divertido. Se você não estiver gostando e não estiver se divertindo, pare tudo e procure outro lugar para estudar. O problema nunca é com você, você já aprendeu português, que foi muito mais difícil. Por qual razão não poderia aprender outro idioma?

A receita é bem simples:

  1. Tem que ser divertido;
  2. Estude todos os dias, mesmo que por apenas 5 minutos;
  3. Avalie o seu progresso com frequência;
  4. Entenda que aprender inglês é um processo, que dura a vida inteira;
  5. TODOS podem aprender.

Nos meus artigos aqui no portal Aprendendo Inglês, eu abordo em mais detalhes muitos desses pontos.

Muito sucesso para você! 😊

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